SOBRE A TAXONOMIA
A integração de critérios climáticos em projetos de infraestrutura é fundamental para alavancar sua qualidade, credibilidade e resiliência. Projetos que não são classificados como "verdes" ou que ainda não estão alinhados às metas do Acordo de Paris precisam ser incentivados a adotar práticas robustas e alinhadas à ciência - o que pode ser alcançado por meio de taxonomias de transição.
O setor de rodovias no Brasil apresenta características essencialmente de transição. Por um lado, possui papel essencial na economia brasileira, e investimentos expressivos serão feitos nos próximos anos para endereçar as limitações de alcance e qualidade da atual malha rodoviária. Por outro lado, projetos de rodovias contribuem para emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), têm sido vetores de desmatamento e perda de biodiversidade e estão expostos riscos climáticos.
A Taxonomia de Rodovias, desenvolvida pela iniciativa IPC, pretende fomentar a transição da infraestrutura rodoviária, propondo critérios voluntários para sua avaliação e categorização. Com isso, espera-se que, dentro dos parâmetros de desenvolvimento nacionais, rodovias de transição sejam priorizadas, em detrimento de rodovias convencionais, durante a tomada de decisão dos investidores.
O IPC – Investidores pelo Clima é uma iniciativa da ERM, com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), através de seu Programa Economia Zero Emissões, sendo uma abordagem pioneira, com o principal objetivo de engajar e capacitar investidores profissionais locais para que avancem na agenda da descarbonização de portfólios, enquanto buscam retornos melhor ajustados ao risco.
Alguns movimentos internacionais já vêm atuando junto a investidores visando a redução da pegada de carbono de seus portfólios. Tais movimentos entendem que tanto gestores quanto proprietários de ativos têm sua parcela de responsabilidade no processo de aquecimento global, uma vez que são financiadores da economia real.
Com base neste desafio, a ERM e o iCS assumiram protagonismo no engajamento de investidores nacionais a fim de que estes busquem contribuir com as metas assumidas no Acordo de Paris.
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