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O impacto da mudança na demanda global por couro nos frigoríficos brasileiros

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O estudo “The impact of a shift in global demand for leather on Brazilian slaughterhouses” produzido pela NINT e encomendado pela Rainforest Foundation Norway constata que a lei sobre produtos livres de desmatamento aprovada pela União Europeia terá um impacto significativo na viabilidade econômica dos frigoríficos na Amazônia brasileira. A lei pode impactar a demanda por couro de frigoríficos que possam estar associados ao desmatamento, afetando a rentabilidade desses ativos e atratividade de futuros investimentos. 


A pecuária é a causa principal do desmatamento no território brasileiro da Amazônia. A dependência europeia do gado que pasta em terras recém desmatadas para obtenção de couro tem inúmeros impactos negativos sobre o uso da terra, mudanças climáticas, alterações nos padrões de chuva e danos aos povos originários.  


A lei sobre produtos livres de desmatamento, aprovada pela União Europeia no ano passado, obrigou as empresas a garantirem que produtos exportados para a UE não tenham causado desmatamento. O couro é um dos produtos de exportação cobertos pela lei, e os frigoríficos que não cumprirem critérios de rastreabilidade de suas cadeias poderão não conseguir mais vender couro para clientes europeus.  



O material está disponível em inglês. 


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Narrativa enganosa 

A narrativa de que o couro é um produto residual negligencia que as vendas desse produto respondem por grande parte significativa das margens de lucro dos frigoríficos. Somente em 2021, o mercado de artigos de couro foi avaliado em mais de 700 bilhões de dólares.


Estamos cercados por produtos de couro. Móveis, acessórios de moda e interiores de carros têm o couro como material em comum. Ainda assim, o risco de desmatamento relacionado a produção de couro não possui a mesma visibilidade em comparação com outras commodities, como soja e óleo de palma. Isso se deve em grande parte à narrativa enganosa de que o couro é um resíduo da indústria da carne bovina e, portanto, comprar couro é uma forma de reciclagem.


O estudo, desenvolvido pela NINT e encomendado pela Rainforest Foundation Norway, constatou que, em muitos casos, o couro é crucial para o desempenho econômico dos matadouros e, portanto, não pode ser tratados de forma residual na indústria pecuária

 

Aumento dos riscos econômicos

O presente estudo analisou a importância econômica da indústria de couro para os frigoríficos no Brasil à luz da nova regulamentação europeia.


A legislação da União Europeia sobre produtos livres de desmatamento poderá criar incentivos econômicos para alterar a dinâmica de investimento na produção de couro na Amazônia brasileira. A regulação terá um impacto importante na indústria do couro, da produção até o consumo. Frigoríficos que não atenderem aos requisitos de rastreabilidade da cadeia correm o risco de se tornarem “encalhados”. De acordo com o estudo, frigoríficos operando com margens de lucro inferiores a 2% deixariam de ser negócios viáveis se não pudessem mais fornecer ao mercado europeu. O investimento em novos frigoríficos só faria sentido se essas margens de lucro esperadas fossem acima de 13%.


Pecuaristas, curtumes, empresas de proteína animal e especialmente frigoríficos no Brasil precisarão cumprir a jurisdição europeia para não sofrerem perdas.


Dessa forma, acionistas, bancos e empresários devem ter cautela antes de investirem do aumento da produção de frigoríficos na Amazônia brasileira.

 

Estímulo de mudança 

Cerca de um quarto dos couros e peles originados no Brasil em 2021 forma exportados para a UE, sendo as indústrias automotiva, calçadista e moveleira os principais usuários finais do couro brasileiro. O estudo descobriu que frigoríficos localizados nos estados brasileiros do Amazonas, Tocantins, Goiás e Maranhão são os mais expostos ao mercado europeu, e, portanto, são mais prováveis de serem afetados pela nova regulação. A mudança na demanda causada pela nova regulação da União Europeia criará um incentivos para mudanças no setor de couro.


 


FATOS


  • A pecuária é a principal causa do desmatamento na Amazônia. Cerca de 75% do desmatamento na região nos últimos 10 anos deu lugar a pastagens, matadouros e curtumes.


  • O desmatamento causado pela pecuária na região contribui para a desestabilização do clima mundial. Esse desmatamento diminui a transpiração da Amazônia, que por sua vez, diminui a umidade e a precipitação em várias áreas adjacentes à Amazônia.  


  • O desmatamento também aumenta as emissões globais gases de efeito estufa, uma vez que as árvores são importantes para absorver o dióxido de carbono da atmosfera, portanto, a destruição da floresta tropical amazônica contribui para a mudança climática. 


  • O processo de curtimento do couro envolve o uso de grandes quantidades de água e produtos químicos, contaminado rios e lençóis freáticos e prejudicando a fauna e os ecossistemas locais. 


  • O desmatamento e a poluição causados pela indústria do couro geralmente impactam negativamente as comunidades indígenas que dependem da floresta para sua vida diária e tradições culturais.

 

SOBRE A NINT



Somos a maior empresa de consultoria e avaliação ESG da América Latina e Caribe


Inspirada pelo conceito de natural intelligence, a NINT coloca a inteligência humana e da natureza a serviço da sustentabilidade. Nascemos com 11 anos de experiência, mais de 700 projetos para mais de 250 clientes e um time de 100 pessoas: a maior empresa de consultoria e avaliação ESG da América Latina. Em fevereiro de 2023, nos tornamos uma empresa do Grupo ERM.

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